segunda-feira, 1 de junho de 2015

Surreal


Amor!
Quero agonizar do teu lado
“O velho profeta já dizia
Seca !Ninguém tem mais dúvidas...
O sertão vai virar mar...
A terra é de ninguém...
Herdeiros do fim do mundo”
Eu quero chupar a última gota
Do teu doce orvalho
Como se fosse veneno
Pr’ alma de um suicida
Latrocínio desvairado
De versos ensandecidos
E textos “psicografados”
Não é a morte quem me encanta
Nem sua doce etérea companhia
Que me mata, a seca
Do sertão...
Que me deleite
Em teus rios caudalosos.
Goticamente, inspiro-me
Naquilo que me possuía
Sem demônios ou anjos
Me valho da surrealidade
Over!over!over!
E mais over!
Vem , meu bem
A noite nos espera ...
Como quem não tem a quem bailar,
Loucuras invento
Em meu deserto
E descubro ao acaso
Que já não estou só
Apesar de continuar
Falando sozinha pelas ruas
Não só nas ruas...
Quando eu era criança,

Eu sonhava
E meu sonho era ser grande,
Casar, ter filhos
Mas meus sonhos nunca passavam dos 24 anos.
Hoje, não consigo igualmente me ver com 50.
Parece que o destino me impôs o presente!
Será que eu vou morrer cedo?
Jurei que isso ia acontecer ,
Apocalipticamente aos 20.
E aqui estou,
Aos quase 30.
Consumo letras
Cafés
E mais alguns venenos imortais
Sim, porque mortal é o corpo.
A mente, jamais!
Ouço vozes
Velhas
Novas
Crianças e jovens
São todas iguais
Todas são espelhos
De poetas
Que não sonham com os 50.
Mas vivem como as crianças
Que um dia sonharam em crescer,
Casar e ter filhos. Só.
Mas, o destino lhes propôs
A peregrinação da solidão poética.

Muca  23/06/2005